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Aprovação de Trump cai desde a posse e é a pior para 100 primeiros dias em 70 anos

WASHINGTON - Duas pesquisas recentes sobre o início de mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicam uma queda constante em seu índice de aprovação motivada por um pessimismo com a economia. O republicano caminha para ter a pior avaliação de um presidente em início de mandato desde 1953, quando levantamentos do tipo começaram, no governo de Dwight Eisenhower.


De um lado, o agregador de pesquisas do New York Times, atualizado nesta quinta-feira, 24, indica que o índice de aprovação de Trump caiu de 52% uma semana após sua posse para cerca de 45%, a uma semana de ele completar 100 dias no cargo. Mais da metade dos americanos (52%) desaprovam seu trabalho.


Outro levantamento, feito pelo Pew Research Center e publicado na quarta-feira, 23, coloca Trump como bem avaliado apenas por 40% dos eleitores, e reprovado por 59%.


Recorde negativo

Esses números confirmam a tendência de que a avaliação de Trump tem caído constantemente durante seus primeiros três meses no cargo. Normalmente, os presidentes americanos chegam à Casa Branca com uma onda de apoio que diminui com o tempo.


Segundo o American Presidency Project, projeto da Universidade da Califórnia que estuda o Exeutivo americano, no topo dessa tabela, estão presidentes como Eisenhower, aprovado por 73% dos eleitores no fim de abril de 1953, John F. Kennedy, que tinha o apoio de 83% da população nos seus primeiros 100 dias em 1961, e Ronald Reagan, com 68% de respaldo no mesmo período, em 1981.


Na parte de baixo, além do próprio Trump, que tinha uma aprovação de 41% no começo do primeiro mandato, em 2017, estão Bill Clinton (55%), George Bush ( o pai, com 56%) e Joe Biden, com 57%.


A aprovação de Trump, no entanto, está caindo um pouco mais rápido do que a de seus antecessores. Clinton perdeu três pontos porcentuais de aprovação. Biden manteve-se estável. Bush tinha um resultado melhor nos 100 dias que na posse. Na conta do agregador do NYT, Trump perdeu sete pontos porcentuais.


Medidas disruptivas e economia em xeque

Segundo as pesquisas, as razões para isso se encaixam no grande volume de medidas disruptivas tomadas por Trump nos últimos meses, sobretudo na economia.


O levantamento do Pew Research indica que 59% dos americanos rejeitam o aumento das tarifas para importações. Mais do que isso, cresceu o porcentual da população preocupada com o futuro da economia. Hoje, 45% dos americanos acham que a economia vai piorar no futuro próximo. Em fevereiro, esse número era de 37%.


Os otimistas também estão em menor número. Ao menos 40% dos americanos acreditavam numa melhora da economia há dois meses. Hoje esse porcentual é de 36%.


Blitz trumpista

Em seu segundo mandato, Trump procurou remodelar a economia global, reprimir a imigração e reduzir o tamanho governo federal, além de intimidar escritórios de advocacia e universidades americanas. A blitz faz parte de uma estratégia planejada pelos assessores e aliados de Trump para subjugar qualquer oposição.


Trump está cumprindo muitas das promessas que fez como candidato, mas até mesmo alguns de seus partidários registraram preocupações sobre algumas de suas ações. Em particular, a imposição de tarifas abrangentes sobre dezenas de países irritaram aliados e adversários.


A guerra comercial mergulhou os mercados econômicos globais em turbulência, antes de Trump suspender as tarifas por 90 dias, citando conversas com outros países sobre novos acordos comerciais.


Grande parte do declínio na aprovação veio dos eleitores que se identificam como independentes, de acordo com a pesquisa da Quinnipiac University. Sua posição junto a esse bloco eleitoral crucial em janeiro era de 41% de aprovação e 46% de desaprovação. Na pesquisa da Quinnipiac de meados de abril, 58% dos independentes disseram que desaprovavam o desempenho do presidente no trabalho, enquanto apenas 36% o aprovavam.


Os republicanos, por outro lado, ainda o apoiam firmemente, enquanto os democratas o desprezam.


Otimismo na Casa Branca

Trump, por outro lado, vê seu segundo mandato como um sucesso retumbante. Ele se vangloriou de uma queda significativa nas travessias ilegais da fronteira, de bilhões de dólares em novos investimentos baseados nos EUA, da libertação de americanos presos no exterior e do enraizamento de iniciativas de diversidade nos setores público e privado.


Trump também prometeu que novos acordos comerciais, inclusive com a China, estão no horizonte. “Vamos ganhar dinheiro com todo mundo e todos ficarão felizes”, disse ele aos repórteres do lado de fora da Casa Branca na quarta-feira.


Dança dos números

A média das pesquisas, elaborada pelo New York Times, inclui quase todas as pesquisas divulgadas publicamente que acompanham o índice de aprovação de Trump. O objetivo de uma média de pesquisa é equilibrar os vieses de pesquisas individuais, que podem variar em qualidade e frequência, e facilitar o acompanhamento das mudanças na opinião pública ao longo do tempo.


Em média, em todas as pesquisas, os números de Trump continuaram a cair depois que ele emitiu tarifas globais abrangentes por ordem executiva, mas ainda é muito cedo para captar totalmente como um evento como esse moldou a opinião pública.


As pesquisas de opinião ainda têm dificuldade para avaliar totalmente a força do apoio de Trump. Em 2024, as pesquisas pré-eleitorais subestimaram Trump, em média, em cerca de 3 pontos percentuais. Mas mesmo as pesquisas que avaliaram com mais precisão seu apoio, como a AtlasIntel, agora mostram índices de aprovação negativos./ COM NYT

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